27/07/2025 às 01:49
Família alega que PM confundiu infarto com embriaguez após morte de dentista
O Exame foi divulgado somente na quinta-feira, 24. O dentista e servidor público Cezar Maurício Ferreira, de 60 anos, que foi encontrado morto em uma cela da Central de Polícia de São José, na Grande Florianópolis, no último sábado (19), não havia ingerido bebida alcoólica antes de dirigir, aponta exame da Polícia Civil.
Cezar estava sozinho no veículo e foi detido por suposta embriaguez ao volante após colidir com a traseira de outro carro.
Segundo o advogado da família, Wilson Knoner, ele estava sofrendo um infarto agudo e não foi socorrido adequadamente.
O laudo toxicológico, feito com amostras de sangue e urina, descartou o uso de álcool ou entorpecentes. Foram identificados apenas medicamentos usados no tratamento de depressão, problemas cardíacos e diabetes, todos de uso contínuo, segundo a defesa.
À NSC TV, o advogado afirmou que o resultado já era esperado. A defesa disse, ainda, que deve entrar com um pedido de afastamento dos policiais militares envolvimentos.
A Polícia Militar disse em nota que "não irá se manifestar até que o laudo seja oficialmente liberado pela Polícia Científica". Até a publicação desta reportagem, a Polícia Civil não havia se manifestado.
A família de Cezar afirma que a morte foi consequência de uma sequência de falhas das polícias Militar e Civil, desde a abordagem até a detenção. Eles também alegam que não foram informados sobre a prisão.
Cezar foi preso na sexta-feira (18) por suspeita de embriaguez ao volante e levado à delegacia, onde foi encontrado morto na manhã seguinte.
A prisão ocorreu após um acidente na Rua Cândido Amaro Damásio, no bairro Bela Vista, em São José.
Knoner alega que o motorista tinha problemas cardíacos, levava uma vida saudável e não bebia por motivos religiosos. A morte, segundo ele, só foi constatada cerca de 11 horas após a prisão, ocorrida no local da colisão, na Rua Cândido Amaro Damásio, no bairro Bela Vista.
Eles acreditam que ele foi negligenciado pelas autoridades.
Relembre o caso
No boletim de ocorrência, os agentes que atenderam o caso informaram que o dentista não conseguiu responder os policiais por “estar aparentemente embriagado”. Ele também não conseguiu fazer o teste de bafômetro, conforme o registro.
Cezar havia sido autuado por embriaguez e foi encaminhado à delegacia de São José. No local, segundo relato do policial civil que recebeu a ocorrência, Cezar recusou água e comida, e foi colocado em uma cela. Entre 1h e 3h, já na madrugada de sábado (19), o atendente relatou ter ido às celas para checar a situação dos presos e o dentista respondeu que estava bem.
Entretanto, às 7h40min, Cezar foi encontrado morto dentro da cela. O Samu foi acionado e constatou o óbito. Segundo o registro da Polícia Civil, um homem que estava preso ao lado do dentista relatou ter ouvido apenas um barulho e voltou a dormir durante a noite.
Para a família de Cezar, que se pronunciou por meio do advogado, Cezar estava sofrendo um infarto no momento da abordagem. Conforme a defesa, quando bateu o carro, ele estava saindo de uma padaria onde recém havia feito um lanche.
— O que ele estava passando era por um infarto agudo com os sintomas típicos, inclusive delírios que podem sim ser confundidos com o estado de embriaguez, num primeiro momento. Mas sem odor etílico, sem outros sinais de embriaguez, é absolutamente inaceitável que seja rotulado dessa forma — disse o advogado, em entrevista à NSC TV.
Em nota, a Polícia Civil informou que o Delegado-Geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel, solicitou um relatório de inteligência da Diretoria de Inteligência (DINT/PCSC) “para que os fatos fossem devidamente apurados, com a máxima urgência”. (confira abaixo a nota completa)
Veja a nota completa da Polícia Civil
“A Polícia Civil de Santa Catarina informa que está investigando as circunstâncias da morte de um homem, na noite de sábado, 19 de julho, após prisão em flagrante realizada pela Polícia Militar.
A vítima teria se envolvido em um acidente de trânsito e foi conduzida pela Polícia Militar à Central de Plantão Policial de São José em razão de indícios de que estaria dirigindo sob efeito de álcool.
Ao tomar conhecimento dos fatos, na tarde de ontem, o Delegado-Geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel, que solicitou um relatório de inteligência da Diretoria de Inteligência (DINT/PCSC), enviando as informações para a Delegacia Regional de São José, para que os fatos fossem devidamente apurados, com a máxima urgência“.
Veja a nota completa da Polícia Militar
“A Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC), por meio do 7º Batalhão de Polícia Militar (BPM), atendeu, na sexta, 18 de julho, às 20h35, uma ocorrência na rua Cândido Amaro Damásio, no bairro Bela Vista, em São José, referente a um acidente de trânsito com apenas danos materiais.
Ao chegar ao local, a guarnição — acionada pelo Copom — foi atendida pelo solicitante, que relatou estar trafegando pela via pública, saindo de uma oficina, quando outro veículo colidiu na traseira de seu carro.
Os policiais, ao conversarem com o outro condutor, perceberam que ele apresentava sinais de embriaguez. A guarnição ofereceu o etilômetro, porém ele não conseguiu realizar o teste. Seguindo os protocolos, foi realizado o auto de constatação, pois o condutor apresentava mais de um sinal de embriaguez.
Diante disso, a guarnição realizou todos os procedimentos de trânsito cabíveis. O veículo do condutor que causou o acidente foi removido ao pátio conveniado, por estar com o licenciamento vencido. A autoridade competente lavrou o auto de prisão em flagrante, e o condutor foi encaminhado à Delegacia de Polícia.
A PMSC está à disposição para eventuais esclarecimentos sobre a ocorrência citada“
/ Fonte: NSC / G1
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