Portal Cidadela

OPINIÃO

Trump é amigo do clã bolsonaro? Não! (Parte 2)

06/08/2025 às 23:34

Continuando com o mesmo título e afirmando que TRUMP NÃO É AMIGO DO CLÃ BOLSONARO, pois os interesses dele não são os mesmos do CLÃ. O Clã almeja a ANISITA AMPLA GERAL E IRRESTRITA para os possíveis CRIMES cometidos pelo CHEFE, o ex-mito, agora RÉU em algumas ações penais. Os EUA querem a HEGEMONIA MUNDIAL!

BOLSONARO sempre foi polêmico e usou e abusou das prerrogativas no exercício dos SETE mandatos consecutivos na Câmara dos Deputados onde, pelo que sabemos, não produziu NADA DE ÚTIL AO PAÍS! Segundo o histórico parlamentar, sua atuação foi pífia assemelhando-se a um parasita.

No Livro da Jornalista catarinense JULIANA DAL PIVA que tem como título “O NEGÓCIO DO JAIR”, está descrito as várias formas não republicanas que o Clã utilizou ao longo de 30 anos. Quem quiser o Livro encaminho de forma gratuita.

A atuação dele manchou a “verde oliva” e sua trajetória no Parlamento foi, da mesma forma, medíocre.

Mas, sob a batuta das milícias digitais elegeu-se presidente, cujo mandato também foi pífio, consagrando o Brasil como o segundo País do Mundo em mortes pela COVID, graças ao NEGACIONISMO FUNEBRE CONTUMAZ dele e seus aliados. Tenho esperança de que, UM DIA, essa conta chegue ao Clã!

No que se refere ao “tarifaço” do Trump, vemos que a soberba “baixou” e quase 700 produtos ficaram de fora, bem como outros ficarão em breve, como Café, Carne e algumas frutas.

A reação do setor produtivo não tem sido ruidosa, mas é visível. Empresários que até pouco tempo toleravam o bolsonarismo como um “mal necessário” para conter a esquerda já não escondem o incômodo. O tarifaço imposto por Trump, supostamente para “defender” Bolsonaro, prejudica exportações, encarece insumos e ameaça empregos. Mais do que isso: torna o Brasil um país imprevisível para o comércio internacional — e a instabilidade, como todo capitalista sabe, é o pior dos ambientes para o lucro.

Essa cisão explica o silêncio de boa parte da elite econômica diante das bravatas de Eduardo. Ninguém do setor financeiro, industrial ou do agronegócio de médio porte saiu em defesa da família Bolsonaro. Pelo contrário, há um movimento gradual de realinhamento com figuras como Tarcísio de Freitas, que encarnam o mesmo projeto de subordinação ao capital internacional, mas com uma estética mais polida, mais tecnocrática, mais vendável. Tarcísio fala inglês, usa terno sim e não pede golpe em live de domingo — e isso basta para parte da elite econômica que quer seguir entregando o país, mas sem ruído.

No entanto, essa aposta também carrega riscos. Tarcísio representa uma continuidade da lógica de submissão, da entrega, da alienação do que resta do Estado brasileiro. Seu projeto, embora mais silencioso, é igualmente hostil à soberania. Ele não repele o bolsonarismo: apenas o encapsula numa embalagem aceitável. É a ultradireita de gravata, o golpismo por dentro da norma, a captura neoliberal disfarçada de eficiência.

O empresariado brasileiro, nesse jogo, está dividido entre dois erros: a instabilidade alucinada dos Bolsonaro e a tecnocracia colonizada dos “liberais racionais”. Nenhum dos dois projetos serve ao país. Ambos respondem, em última instância, ao mesmo centro de comando: o capital estrangeiro, suas corporações e seus algoritmos.

BRICS, SUL GLOBAL E SOBERANIA DIGITAL: O QUE ESTÁ RELAMENTE EM JOGO

O tarifaço de Trump é o pavio visível; o barril de pólvora, porém, está nas transformações que o Brasil passou a liderar no eixo Sul Global. Desde que assumiu a presidência do BRICS em 2025, Brasília deu ao bloco um rumo claro: cooperação financeira em moedas locais, integração industrial entre América do Sul, África e Ásia e uma agenda de governança global centrada na redistribuição de poder hoje concentrado no FMI e no Conselho de Segurança da ONU. A Declaração do Rio de Janeiro, aprovada há poucos dias, coloca em texto corrido o que Washington sempre temeu: “fortalecer mecanismos de financiamento que reduzam a dependência do dólar” e “promover padrões regulatórios comuns para a economia digital” e é contra esse enunciado que a Casa Branca dispara tarifas.

Trump reage porque os números já contam a história. Em 2003, os EUA absorviam quase um quarto das exportações brasileiras; hoje recebem 12%, enquanto a China saltou para 28%.

Cada ponto percentual que o Brasil desloca para o mercado asiático é uma fissura na arquitetura unipolar que sustenta o poder norte-americano. E não se trata apenas de soja ou minério: falamos de semicondutores produzidos em parceria com a Índia, cabos de dados submarinos conectando Fortaleza a Luanda, satélites geoestacionários cofinanciados pelo Novo Banco de Desenvolvimento. A tarifa, nesse jogo, não busca proteger empregos em Ohio; ela tenta conter a geometria de um mundo em que o Atlântico deixa de ser o meridiano definitivo do comércio e da cultura.

No plano doméstico, Lula apoiou outro movimento que irrita Silicon Valley: a responsabilização legal das plataformas digitais. Em 26 de junho, o Supremo Tribunal Federal declarou parcialmente inconstitucional o artigo 19 do Marco Civil da Internet, exigindo pronta remoção de conteúdos ilícitos e estabelecendo dever de cuidado algorítmico

A decisão converte o Brasil em laboratório jurídico para qualquer país que pretenda quebrar a imunidade das Big Techs. Se a sentença se consolidar, cria-se jurisprudência capaz de atravessar oceanos. A tarifa, portanto, é mensagem cifrada: “regulem e pagarão”.

A convergência de soberania econômica (BRICS) e soberania informacional (regulação das plataformas) compõe o coração estratégico do conflito. Ao articular-se com Pequim, Joanesburgo e New Delhi para monetizar comércio em moedas locais, o Brasil desafia o privilégio exorbitante do dólar. Ao impor barreiras jurídicas ao poder algorítmico, desafia a renda de monopólio dos conglomerados digitais que sustentam a máquina de inteligência dos EUA. Essa dupla audácia altera o centro de gravidade do sistema-mundo: já não basta controlar portos e minas — é preciso submeter cabos de fibra e leis de dados.

Trump, estrategista do choque, escolheu a arma tarifária porque é rápida, concentrada e fácil de vender a um eleitorado protegido por slogans nacionalistas. Mas o alvo real não está nos contêineres que deixam Santos; está no cabo óptico que liga Santos a Xiamen, nos pilotos de IA que rodam em nuvem brasileira sem intermediação da Califórnia, no estatuto jurídico que pode obrigar o Facebook a contratar moderadores em Recife ao invés de automatizar censura em Boston.

Por isso o conflito de 2025 é qualitativamente distinto das guerras tarifárias dos séculos passados. É disputa sobre quem define as regras do tráfego de bits, sobre quem captura excedentes cognitivos, sobre quem registra a contabilidade em qual moeda. E, nesse xadrez, o Brasil tornou-se, num mesmo lance, peça-chave e peça-alvo: se conseguir manter a rota BRICS e consolidar a regulação digital, abre precedente para todo o Sul Global, mas, se recuar, reforça a tese de que nenhuma potência periférica pode ousar reformar o sistema sem sofrer retaliação exemplar.

CENÁRIOS ATÉ 2026: O CONTROLE INEVITÁVEL ENTRE SOBERANIA E SUBMISSÃO

Até outubro de 2026, o Brasil enfrentará uma encruzilhada histórica. O que está em jogo não é apenas a reeleição de um presidente ou a sobrevivência política de um grupo extremista. Está em jogo a possibilidade — talvez a última em décadas — de consolidar um projeto de país soberano em meio a uma ofensiva global coordenada que combina guerra comercial, sabotagem informacional e chantagem diplomática.

A máquina de guerra híbrida já está em operação. A tarifa de 50% imposta por Trump é apenas o início. Fontes próximas ao Departamento de Comércio dos EUA falam em ativar a seção 301 para iniciar investigações formais contra o Brasil por “restrições à liberdade de expressão e ao livre mercado digital” — linguagem fabricada sob medida para proteger os interesses das Big Techs. A Meta, o Google, a Amazon e o X, cada uma à sua maneira, vêm pressionando parlamentares brasileiros, ameaçando suspender serviços, alegando insegurança jurídica, enquanto injetam recursos em campanhas de desinformação e manipulação do debate público.

Nesse ambiente, o bolsonarismo seguirá operando como força de sabotagem. Sem poder institucional, funcionará como milícia digital, como rede paralela de influência e como elo informal entre os interesses do trumpismo, da extrema-direita europeia e dos grupos que operam nas sombras do capital financeiro e tecnológico. Não se trata de disputar eleições para vencer — trata-se de inviabilizar o processo eleitoral, esgarçar a credibilidade das instituições, plantar a dúvida, esticar a corda.

A aposta de Eduardo Bolsonaro é clara: transformar 2026 em um plebiscito entre “a ditadura do STF” e “a liberdade”, entre “o comunismo do BRICS” e “o Ocidente cristão”, entre “a censura petista” e “a verdade do povo”. Trata-se de um roteiro pronto para ser executado em plataformas controladas por interesses estrangeiros, operado com inteligência artificial generativa, redes de bots, influenciadores pagos e o apoio silencioso — mas ativo — de think tanks, fundações e setores do próprio empresariado internacional.

Mas essa narrativa não encontrará terreno fértil com a mesma facilidade de 2018. O cenário mudou. A pandemia, com 700 mil mortos, desnudou o custo da irresponsabilidade. O 8 de janeiro revelou os limites do golpismo. E o tarifaço de Trump expôs a fratura entre os interesses do povo brasileiro e os da extrema-direita internacional. O empresariado está dividido. O eleitorado está mais desconfiado. E o campo democrático aprendeu a reconhecer que as eleições já não são apenas disputa de votos — são guerra de percepção.

Do lado do governo, o desafio é enorme: manter a estabilidade institucional, ampliar a frente de defesa da soberania, comunicar com clareza o que está em jogo e resistir à tentação de responder no mesmo tom da provocação. Lula sabe que não basta vencer. É preciso vencer com legitimidade inquestionável, com mobilização popular, com articulação internacional — e com um novo pacto nacional que não inclua golpistas nem neoliberais envernizados.

Se o Brasil resistir até 2026, terá vencido não apenas uma eleição, mas uma guerra. Uma guerra contra o projeto de recolonização digital e financeira, contra a tentativa de transformar o país numa filial algorítmica da política externa norte-americana. E essa vitória — se acontecer — não será de Lula apenas, mas do povo brasileiro e de todas as nações que ousam desafiar a ordem imperial.

AGORA É A HORA DE NOMEAR A GUERRA E DECIDIR O LADO DA HISTÓRIA

A tarifa de Trump não é sobre Bolsonaro. É sobre o Brasil. É sobre impedir que um país do Sul Global alcance maturidade geopolítica, autonomia digital e protagonismo internacional fora da órbita imperial. Bolsonaro é apenas o biombo — uma figura útil enquanto servia para desmontar o Estado por dentro, hoje reciclada como peça de agitação simbólica na guerra informacional travada contra a soberania. (...)

Nesse contexto, o bolsonarismo é o vírus e o vetor, mas não é o cérebro. É o agente do caos, mas não o autor da ofensiva. Eduardo sabe disso. Por isso radicaliza. Por isso se exila. Porque o que está em disputa não é mais o destino de sua família, mas o futuro da própria arquitetura de poder que sua família serviu. E se ele tiver que incendiar o país para voltar ao jogo, ele o fará. (...)

É preciso nomear a guerra. E é preciso decidir, sem ambiguidade, de que lado da História o Brasil quer estar. Não haverá mais neutralidade possível. A guerra já começou — e ela não é pelo Bolsonaro. Ela é contra o Brasil. Eu sei o lado que quero estar: COM ERROS E ACERTO, O LADO DO BRASIL SOBERANO E DEMOCRÁTICO!

Luís Fernando F Costa / Analista-Tributário da Receita Federal, que é DO BRASIL, (Aposentado), Advogado42019, Perito7863, Contador8556, ProfessorLP2570/93, Reg. Prof. Jornalista 0014425DF e Ativista Social.