21/07/2025 às 15:32
Um estudo conduzido pela professora do curso de Nutrição da Unoesc, Cristiane Manfé Pagliosa, em parceria com o Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (Hemosc) de Florianópolis e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi publicado na revista científica “São Paulo Medical Journal” e traz à tona um problema pouco discutido: o excesso de ferro no organismo. A pesquisa analisou mutações do gene HFE relacionadas à hemocromatose hereditária, em mais de mil pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Santa Catarina.
— A intenção foi dar visibilidade a uma condição que muitas vezes passa despercebida, mas que pode trazer sérios riscos à saúde. É uma situação silenciosa. As pessoas têm, mas não se fala sobre. Nosso propósito foi mostrar a frequência e a distribuição desses casos no estado para destacar que eles existem — explicou a professora Cristiane.
A pesquisa apontou que 89,6% dos 1.022 pacientes analisados estavam em avaliação por suspeita de hemocromatose hereditária e apenas 10,4% eram por diagnóstico de hemocromatose secundária. A maioria apresentava mutações diferentes da clássica C282Y/C282Y, especialmente envolvendo a mutação H63D/WT, que representou mais de 39% dos casos em todas as regiões de Santa Catarina. As mutações C282Y/C282Y foram mais prevalentes nas regiões Oeste (20,9%) e Norte (28,3%) do estado.
Esses dados, segundo a professora, podem servir de base para o desenvolvimento de políticas públicas, entre elas: ações educativas voltadas à conscientização sobre o excesso de ferro, suas causas e consequências. Outra proposta é a criação de materiais e cursos informativos, além de articular a produção e o acesso a alimentos sem suplementação de ferro, uma medida importante, considerando que desde 2002, no Brasil, todas as farinhas de trigo e milho devem obrigatoriamente conter ferro.
— A preocupação é que esse tipo de suplementação, embora essencial para o combate à anemia em parte da população, pode agravar a condição de quem possui predisposição genética à hemocromatose hereditária— reforçou a professora.
O estudo também observou que, entre as mutações, a análise ajustada de associação mostrou que homens possuem chances aumentadas para hemocromatose, quando envolvendo mutações “não-C282Y/C282Y”, comparado às mulheres. Lembrando que a hemocromatose hereditária quando diagnosticada precocemente, é possível evitar complicações graves como diabetes, doenças cardíacas, hepáticas e articulares.
— A pesquisa reforça a importância de mapeamentos regionais para nortear estratégias de diagnóstico precoce e tratamento, além de incentivar a formação de associações de pacientes e uma melhor articulação entre instituições públicas, privadas e industriais — finalizou a professora Cristiane Manfé Pagliosa.
Alessandra de Barros e Mayelle Hall / Assessoria de Imprensa da Unoesc de Joaçaba
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