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OPINIÃO

Para a deficiência nada é pronto! Inclusão!

17/09/2025 às 22:12

Recebi essa semana um e-mail de uma mãe que tem um filho cego e, que ele faz um curso de graduação em nossa Universidade aqui em Joaçaba. Minha coluna não é para criticar ou falar algo errado. É apenas para alertar da inclusão de cegos e pessoas com outras deficiências em qualquer faculdade. 

Sabendo que é um direito garantido por lei e que busca oferecer oportunidades iguais, mas que enfrentam desafios como a necessidade de recursos pedagógicos adaptados, formação de professores e sensibilização da comunidade acadêmica para garantir uma participação efetiva e um sentimento de pertencimento. 

Muitas vezes a interpretação das pessoas é assim: Nossa! O deficiente visual conseguiu? Porque tudo isso não é uma coisa comum e não é culpa de alguém específico, é culpa da sociedade mesmo. Então nada é pronto para a pessoa com deficiência, e quando entra, é uma novidade. 

Com certeza causa uma certa estranheza, um certo choque. E essa inserção de pessoas com necessidades especiais nas instituições de ensino superior, vem crescendo de forma progressiva. E para essa inclusão ter êxito é preciso diminuir e eliminar barreiras, sejam elas arquitetônicas, didáticas, culturais ou linguísticas. 

Por isso é necessário que haja mudanças específicas para o atendimento adequado desses estudantes. Essa mãe me falou que e em alguns casos quem não entende mesmo são os próprios estudantes que se deparam com uma bengala de cego e dizem: sai da frente? Será que as pessoas sabem que bengalas de cegos tem cores? 

Exemplo disso é: 

  • Bengala Branca: são pessoas que têm cegueira total e não conseguem identificar obstáculos ou movimentos; 
  • Bengala Verde: sinaliza pessoas com baixa visão ou visão subnormal, que ainda têm alguma visão residual, mas precisam de auxílio para locomoção. 
  • E a Bengala Vermelha: indica que a pessoa tem deficiência tanto visual quanto auditiva, sendo cego e surdo. 

O Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011 e a Portaria nº 3.284, de 7 de novembro de 2003, as Instituições de Ensino Superior devem oferecer atendimento educacional especializados, através dos núcleos de apoio, que estes no que se refere a deficiência visual disponha de todo um material tecnológico, didático e educacional. 

Falando também das Salas Multifuncionais que segundo a legislação vigente foi criada para uma inserção de qualidade. Então essa mãe comentou: Meu filho é cego sim e não tem noção do que é uma expressão facial, principalmente quem é cego congênito (nasceu assim). Ele também não tem noção de cara bravo ou uma cara de quem sentiu um cheiro ruim. 

Essa mãe estuda muito para poder ajudar o filho, mas precisa trabalhar o dia todo e, fica atenta a tudo o que filho pede. Então na visão dela é preciso sim trabalhar habilidades de comunicação, leitura e escrita e ter disponível recursos como o Braille. 

Por isso da necessidade de conhecer braile. Essa inclusão abrange acompanhamento das necessidades específicas de cada estudante, promovendo um ambiente mais justo e de respeito. 

A concretização do modelo da educação inclusiva é uma das questões que desafiam o sistema educacional de países do mundo todo, uma vez que demanda recursos para adaptação dos ambientes físicos, aquisição de software específico, contratação de profissionais especializados, entre outras necessidades. 

A implantação dessa concepção pedagógica também requer o aperfeiçoamento de práticas inclusivas envolvidas no processo de ensino-aprendizagem. Na educação superior, em especial, o professor deve estar preparado para as questões que envolvem a inclusão de pessoas com deficiência, uma vez que estas precisam de atendimento especializado para a concretização da aprendizagem. 

Entretanto, geralmente o professor não tem formação específica para tratar essas questões e não encontra apoio na literatura, que é bastante limitada em relação à inclusão na educação superior. 

As instituições de ensino superior têm desenvolvido esforços para oferecer equipamentos, serviços, estratégias e práticas para atenuar as dificuldades encontradas pelos seus alunos com deficiência e, assim, promover a inclusão educacional no ensino superior em geral. 

Essa evolução está acontecendo todos os dias, mas é preciso analisar que preconceito, bullying não podem estar inseridos com pessoas que não enxergam, não ouvem ou qualquer outra situação de deficiência. 

Essa mãe disse que em alguns momentos sofre por saber que seu filho é deixado de lado. Mas esclarece que a faculdade tem feito seu papel como pode. 

Boa leitura, cuide de si e de todos. 

Beba com moderação. 

Abraços de GigiMaltez.

Gigi Maltez / Colunista