01/08/2025 às 03:26
Coordenador detalha estudos e desafios da ferrovia que ligará o Oeste Catarinense ao Paraná. Imagem Ilustrativa/Freepik/Divulgação.
A implantação da Nova Ferroeste, projeto ferroviário estratégico para a região Sul do Brasil, segue avançando com foco em viabilidade técnica, ambiental e econômica. O traçado deverá ligar Cascavel (PR) a Chapecó (SC), integrando-se a ramais ferroviários em Passo Fundo, Correia Pinto e ao Porto de Paranaguá, no Paraná. O projeto também contempla futuras conexões com Argentina e Paraguai.
Durante entrevista concedida nesta quinta-feira (31) ao programa Visão Geral, da Rádio Rural de Concórdia, Lenoir Broch, coordenador do Movimento Pró-Ferrovias, destacou a evolução do projeto nos últimos anos e o protagonismo de entidades catarinenses e paranaenses na viabilização dos estudos iniciais.
“Há quase quatro anos, falava-se pouco em ferrovia no Sul. Hoje, graças à união de oito entidades que financiaram o estudo entre Cascavel e Chapecó, o assunto ganhou corpo. Já temos também estudos entre Chapecó e Passo Fundo, além de uma proposta do Governo de Santa Catarina ligando Chapecó ao tronco sul ferroviário na região de Lages”, explicou Broch.
Modal ferroviário é solução logística para o agronegócio
O coordenador destacou que a principal motivação do projeto é econômica: o elevado custo do transporte rodoviário, sobretudo para a agroindústria. Santa Catarina, por exemplo, importa anualmente cerca de 7 milhões de toneladas de milho do Paraguai, Mato Grosso, Goiás e outras regiões para abastecer a produção de ração animal.
“Essas longas distâncias encarecem o produto. O modal ferroviário é fundamental para vencer distâncias maiores com menor custo. Deixamos o transporte rodoviário para os trechos curtos e usamos os trens para longas distâncias. Isso pode reduzir em até 30% o custo logístico”, afirmou Broch.
Traçado planejado para evitar áreas sensíveis
Um dos desafios atuais é o licenciamento ambiental, especialmente no trecho de Maracaju (MS) a Guaíra (PR), onde há áreas indígenas. A FUNAI solicitou novos estudos de impacto, o que deve atrasar parte da obra. Diante disso, o grupo estuda alternativas de traçado para evitar áreas de conflito e preservar o cronograma.
“Nosso estudo entre Cascavel e Chapecó já respeitou um raio de segurança de 5 a 10 km de qualquer área indígena ou quilombola, justamente para evitar entraves jurídicos”, explicou o coordenador.
O traçado previsto passa por regiões do Extremo Oeste catarinense e chega a Chapecó com potencial de conexão com ferrovias nacionais e até internacionais, incluindo a Argentina e o Paraguai.
Investidores interessados e foco no transporte de cargas e passageiros
Broch também informou que investidores privados têm demonstrado interesse no projeto. Os estudos já demonstraram viabilidade econômica, técnica e ambiental para o transporte de cargas. Agora, avança-se para uma nova etapa: considerar o transporte de passageiros no projeto.
“Queremos que o Brasil volte a investir nesse modal como os países desenvolvidos. A malha ferroviária brasileira era de 30 mil km em 1930. Hoje não chega a 15 mil km operacionais. Isso é pouco para um país da nossa dimensão territorial”, argumentou Broch.
Ele enfatizou que a Região Sul, por sua forte industrialização e agroindústria, tem tudo a ganhar com a retomada do transporte ferroviário.
“Precisamos modernizar nossa logística. Isso ajudará a reduzir custos, melhorar a competitividade dos produtos brasileiros e impulsionar o crescimento do PIB. A Nova Ferroeste é um projeto estratégico para todo o país”, concluiu.
A Nova Ferroeste representa uma esperança logística para o Sul do Brasil, unindo estados, iniciativa privada e poder público em torno de um objetivo comum: modernizar o transporte e alavancar a economia regional.
/ Fonte: Rádio Rural de Concórdia
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