04/06/2025 às 16:10
José Zeferino Pedrozo*
Em tempos em que o mundo acompanha com apreensão a evolução de surtos zoonóticos, o Brasil dá mostras inequívocas de maturidade e excelência na gestão da defesa agropecuária. O recente episódio da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) identificado em Montenegro, no Rio Grande do Sul, é exemplo eloquente de como o país tem estrutura, agilidade e, sobretudo, coesão para lidar com ameaças sanitárias sem comprometer sua cadeia produtiva ou a saúde pública.
A resposta à ocorrência em solo gaúcho não foi apenas eficaz — foi exemplar. Em pouco tempo, a detecção do foco, a contenção do vírus e a eliminação do risco foram conduzidas com base em critérios técnicos, protocolos internacionais e, principalmente, no esforço coordenado entre produtores, agroindústrias e instâncias governamentais. Essa articulação revela a fortaleza do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA), que não é apenas uma estrutura burocrática, mas um verdadeiro escudo protetivo construído com ciência, vigilância e cooperação.
O SUASA, reconhecido pela Organização Mundial da Saúde Animal e por especialistas globais, articula o trabalho dos entes federativos e organiza a defesa sanitária do país com foco em inspeção, fiscalização e inocuidade alimentar. A legislação brasileira, robusta e minuciosa estabelece padrões rigorosos para a produção de alimentos de origem animal e vegetal, desde a rotulagem até o trânsito entre estados. Esses padrões não são meramente normativos; são baluartes de uma cultura sanitária consolidada, respeitada internacionalmente e sustentada por práticas que vão do campo à mesa.
Santa Catarina, nesse contexto, é um símbolo de excelência e perseverança. Fruto de uma jornada de décadas, o Estado construiu um sistema sanitário admirável, reconhecido por sua condição de área livre de febre aftosa sem vacinação desde 2007 e livre de peste suína clássica desde 1994 — conquistas respaldadas por organismos internacionais como a OIE. Essa realidade foi viabilizada por um ecossistema de cooperação raro, que alia o rigor técnico do Estado à dedicação dos produtores e ao protagonismo das agroindústrias. Cada nova certificação, cada mercado internacional conquistado carrega o selo da seriedade catarinense em vigilância agropecuária.
Não é por acaso que o Instituto Catarinense de Sanidade Agropecuária (Icasa), criado pelas agroindústrias e atuante em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) e os Sindicatos Rurais, tornou-se referência nacional em apoio ao produtor no cumprimento das normas sanitárias. Trata-se de uma engrenagem onde o privado e o público não apenas coexistem, mas colaboram ativamente na construção de um bem comum: a sanidade agropecuária como patrimônio.
Quando se fala em defesa agropecuária no Brasil, não se trata apenas de proteger rebanhos e lavouras, mas de garantir o abastecimento seguro, fomentar a confiança do consumidor, preservar a imagem do país no exterior e movimentar bilhões em exportações. Cada produtor rural que cumpre exigências sanitárias, cada técnico que fiscaliza um frigorífico, cada gestor que investe em políticas públicas sanitárias participa da sustentação de um dos maiores patrimônios do agro brasileiro: a credibilidade.
O sistema brasileiro de defesa agropecuária, com sua inteligência coletiva e seus protocolos eficazes, é mais do que um modelo técnico — é uma expressão de civilidade e compromisso com o futuro.
*José Zeferino Pedrozo, / Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC)
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