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POLÍCIA

Mãe e padrasto da bebê de 8 meses que morreu vítima de traumas graves, foram presos.

20/08/2025 às 12:42

 

A representação pelas prisões foi protocolada pela Polícia Civil na tarde de sexta-feira (22). Os mandados foram expedidos no sábado, 23, e cumpridos nas cidades de Campos Novos e Herval d’Oeste. 

A Polícia Civil de Campos Novos, em conjunto com a de Herval d’Oeste, cumpriu, na tarde deste sábado, 23 de agosto, dois mandados de prisão contra a mãe e o padrasto da bebê de 8 meses que faleceu na última quarta-feira (20), em decorrência de lesões corporais causadas por agressões físicas, em Joaçaba.

Segundo a delegada Fernanda Gehlen da Silva, da DPCAMI de Campos Novos, durante a investigação foram encontradas informações conflitantes que poderiam, a princípio, isentar um dos envolvidos quanto à autoria das agressões. No entanto, ao longo das diligências, não foi possível comprovar as versões apresentadas. Apurou-se que ambos não estavam trabalhando e permaneciam a maior parte do tempo em casa, trancados com a bebê e o irmão dela, de 3 anos. Testemunhas relataram ter ouvido choro constante das crianças, bem como gritos e xingamentos dirigidos a elas por parte dos adultos.

Diante desses elementos, foi decretada a prisão temporária dos suspeitos, até que a investigação possa ser concluída nos próximos 30 dias.

A delegada informou ainda que outras pessoas serão ouvidas nos próximos dias, além da expectativa pela finalização do laudo cadavérico, que está sob responsabilidade da Polícia Científica.

Os suspeitos foram encaminhados aos presídios regionais.

 

Conselho Tutelar recebeu denúncia antes da morte de bebê, mas não encontrou família em casa

O Conselho Tutelar de Campos Novos emitiu uma nota  nesta quinta-feira (21) sobre o caso de agressão que envolveu um bebê de apenas oito meses de idade.

Segundo o órgão, no último final de semana foi recebida uma denúncia anônima relatando que a família da criança vivia em situação de vulnerabilidade social e que a mãe seria negligente em relação à higiene dos filhos.

Após a denúncia, uma visita foi realizada na residência, mas segundo o Conselho ninguém foi encontrado no local. Os conselheiros deixaram comunicado para que a mãe entrasse em contato. Em resposta, por meio de mensagens, a mulher informou que compareceria ao Conselho no dia 20 de agosto.

No entanto, na noite do dia 19, a genitora procurou atendimento na UPA de Herval d’Oeste com a criança, o que impossibilitou a intervenção do Conselho Tutelar.

Na nota, o órgão destacou ainda que até a data dos fatos não havia registros anteriores de denúncias de maus-tratos ou agressões envolvendo os filhos da família.

Investigações

Conforme a delegada Fernanda Gehlen, os suspeitos deram versões distintas e conflitantes, cada um atribuindo ao outro a responsabilidade pelo cuidado dos filhos.

Os dois relataram que saíam para trabalhar enquanto o outro ficava em casa cuidando da bebê e do irmão de 3 anos. Nenhum deles fez acusações diretas e ambos afirmaram que nunca presenciaram agressões contra as crianças.

“No decorrer do dia, vamos colher novas informações e ouvir testemunhas para confirmar quem era o responsável direto pelo cuidado das crianças”, aponta.

O depoimento do pai da bebê estava previsto para a tarde desta quinta-feira (21), mas, em razão da morte da filha, a Polícia Civil preferiu aguardar um momento mais oportuno.

Nota oficial:

O Conselho Tutelar de Campos Novos, órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, vem através deste prestar esclarecimentos sobre o fato de agressão envolvendo uma criança de apenas 08 meses de idade.

Este conselho tutelar recebeu denúncia anônima, onde o denunciante relatou que a genitora se mudou para o nosso município com os filhos há cerca de três meses; que a família vivia em situação de vulnerabilidade social; que a genitora era negligente com os cuidados em relação a higiene dos filhos.

Na data de 19/08 realizamos visita na residência da família, não havia ninguém no local, deixamos comunicado para que a genitora entrasse em contato com este conselho tutelar. Em conversa com a mãe através de aplicativo de mensagens, informou que viria até o conselho na data de 20/08.

Ocorre que, na noite do dia 19/08, a genitora deu entrada na UPA de Herval D'oeste, não sendo possível realizar a intervenção com a família. Por fim, vale mencionar que este órgão de proteção até o momento não havia recebido denúncias de maus tratos/agressões envolvendo os infantes.

Laudo pericial

A delegada Fernanda Guelen da Silva, responsável pelo caso do bebê de 8 meses, informou na manhã desta quinta-feira que a Polícia Científica já concluiu o laudo pericial que confirmou que as lesões são compatíveis com traumas contusos.

Foram identificadas fraturas costais em diferentes estágios de consolidação óssea que sugerem traumas sucessivos causados em momentos distintos, alguns mais recentes, outros já mais antigos. Também foram identificadas lesões ósseas no antebraço e na coxa direita”, informou.

A criança faleceu na noite de quarta-feira no Hospital Santa Terezinha.

Omissão

Ainda durante os relatos no hospital, conforme a PM, a mãe apresentou versões contraditórias e tentou esconder o fato de que possui um companheiro, padrasto da criança.

O Conselho Tutelar foi acionado para acompanhar a situação e garantir a proteção do outro filho menor, que permaneceu sob os cuidados da avó materna. O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil.

Contradições

“As versões sobre que realmente cuidava da criança são conflitantes”, disse a delegada. Um diz que o responsável pelo cuidado é do outro.

O caso se complica com o falecimento e algumas perguntas devem ser esclarecidas, desde o o porquê do primeiro atendimento em Herval d’Oeste. Coisas que a Polícia tem habilidade para resolver.

Primeira informação da PM

Por volta das 3h da madrugada desta quarta-feira, 20, a Polícia Militar foi acionada pelo Copom para atender uma ocorrência no Hospital Universitário Santa Terezinha, em Joaçaba, onde um bebê de 8 meses deu entrada apresentando diversos sinais de agressões físicas.

Segundo informações, a mãe, de 21 anos, residente em Herval d’Oeste, levou inicialmente a filha à UPA devido a febre e dificuldade para respirar. Após avaliação médica, a criança foi transferida ao hospital, onde exames constataram fraturas antigas e recentes em costelas, fêmur e braço, além de lesão pulmonar. O quadro exigiu internação imediata na UTI e procedimento cirúrgico.

Durante os relatos, a mãe apresentou versões contraditórias e tentou omitir a existência de um companheiro, padrasto da criança, que residia com a família e que também pode ter envolvimento no caso.

O Conselho Tutelar foi acionado para acompanhar a situação e garantir a proteção da vítima e de outro filho menor, que permaneceu sob os cuidados da avó materna. A mãe foi conduzida à Delegacia de Polícia Civil de Joaçaba, onde os fatos seguem sendo investigados.

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