09/07/2025 às 22:21
Na Penitenciária Regional de Curitibanos, no Meio-Oeste, a cela não representa o fim de uma trajetória, mas o começo de um processo de transformação. A unidade, que abriga 1.055 reeducandos, registra números expressivos: atualmente, 876 deles estão envolvidos em atividades laborais — um índice de 83,03%, entre os mais altos do país. O modelo adotado é referência nacional e já chegou a alcançar a marca de 100% de reeducandos em trabalho, o que inspira outras unidades a repensarem o papel do sistema prisional.
Em 19 mil metros quadrados de pavilhões industriais, funcionam oficinas de empresas privadas e órgãos públicos, além de estruturas próprias da unidade, como a marcenaria e a agropecuária. Estão em andamento ainda novos projetos voltados à produção de artefatos de cimento e processamento de suco de uva.
No local, os internos atuam em diversas frentes: fabricação de estofados e camas box, reciclagem de polietileno, produção de cabos de madeira, rebarbação de peças automotivas e confecção de roupas masculinas, além da produção de palitos de dente e fósforos. Há também trabalho nas áreas de alimentação e saneamento. A diversidade de ofícios amplia as chances de reintegração social e profissional dos reeducandos.
Segundo o diretor Jair Antônio França, o trabalho é uma engrenagem fundamental na missão da unidade. “Além de ocupar o tempo dos reeducandos, o trabalho gera renda para suas famílias, ressarce o Estado e projeta uma nova perspectiva de vida, baseada na dignidade”, afirma. Ele destaca ainda que o envolvimento laboral contribui diretamente para a redução de infrações disciplinares, da ociosidade e do aliciamento por facções, ao tornar o ambiente mais seguro e produtivo.
Um dos rostos por trás desses números é I. Z. S. Privado de liberdade desde 2010, ele ingressou em uma estofaria conveniada da penitenciária em 2015. O comprometimento no trabalho rendeu reconhecimento e, anos depois, o livramento condicional. Já em liberdade, ele foi contratado pela própria empresa, onde segue empregado até hoje. Um ciclo que se fecha com dignidade e recomeça com esperança. A história de B. M. O. segue a mesma linha. Após anos de trabalho em duas empresas, também conveniadas, B. obteve o livramento condicional e foi recontratado por uma das empresas parcerias, onde hoje atua em liberdade. Residente há dois anos em Curitibanos, ele é a prova de que a ressocialização é possível quando há oportunidade e apoio.
As ações são acompanhadas de perto pelo Judiciário, que tem papel essencial na articulação com os demais atores. Para a juíza Ana Cristina de Oliveira Agustini, que atuou por mais de quatro anos na Vara Regional de Execuções Penais de Curitibanos, é preciso superar a visão punitivista e enxergar o potencial transformador do cárcere. “O trabalho devolve ao indivíduo não apenas uma ocupação, mas o senso de utilidade social e autoestima. O Judiciário tem se empenhado em fomentar políticas que priorizem essa abordagem, por meio do diálogo com empresas, órgãos públicos e gestores penitenciários”, destaca.
O impacto do modelo de Curitibanos extrapola os muros da unidade. Vários estados e o próprio Distrito Federal já enviaram comitivas para conhecer de perto a estrutura e os resultados da penitenciária. “Compartilhar conhecimento é essencial para que essa política se multiplique”, observa o diretor Jair França. Amanhã, a série se completa com a experiência bem-sucedida na Colônia Penal Agroindustrial de Palhoça.
Conteúdo: NCI/Assessoria de Imprensa
*Contribuíram com este material especial, além de magistrados, assessores e servidores do PJSC, a assessoria da Secretaria de Estado da Justiça e Reintegração Social (Sejuri)
, a diretora e equipe da Penitenciária Feminina de Criciúma e diretores e equipe da Penitenciária Regional de Curitibanos e da Colônia Agroindustrial de Palhoça.
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