06/07/2025 às 20:47
A FIFA está considerando medidas extremas contra o calor para a Copa do Mundo de 2026: intervalos de 20 minutos, pausas a cada 15 minutos e partidas apenas pela manhã ou à noite. O calor extremo forçou a FIFA a repensar regras de longa data para proteger a saúde dos jogadores de futebol.
A Copa do Mundo de 2026, que será disputada nos Estados Unidos, México e Canadá, pode se tornar o torneio mais desafiador em termos climáticos da história recente do futebol. Diante de temperaturas extremas que facilmente ultrapassarão 35 graus, a FIFA e a União Internacional de Jogadores de Futebol (FIFPRO) estão analisando uma série de medidas sem precedentes para garantir a saúde dos jogadores.
Entre as propostas mais avançadas está a extensão do intervalo de 15 para 20 minutos, uma decisão que representaria um marco na Copa do Mundo. A iniciativa surge em resposta às ondas de calor que afetaram várias partidas do Mundial de Clubes, quando foram relatados sintomas de desidratação, cãibras e exaustão extrema.
Mudanças de horário: jogos pela manhã ou à noite
A segunda medida que ganha força nas negociações é a proibição de jogos ao meio-dia e à tarde. A ideia é que as partidas sejam disputadas exclusivamente no início da manhã ou no início da noite, quando a luz solar diminui e a temperatura fica mais suportável.
De acordo com dados da FIFPRO, nove dos locais planejados nos EUA apresentam um risco muito alto de estresse por calor, um problema que preocupa treinadores e médicos da federação.
Essa mudança impactaria a organização geral do torneio e os contratos de transmissão televisiva. No entanto, dirigentes e jogadores concordam que o bem-estar físico deve prevalecer sobre todas as outras considerações.
Mais pausas para hidratação e apoio social nas redes sociais
Outra proposta central inclui interrupções a cada 15 minutos de jogo, com pausas obrigatórias para hidratação em ambos os períodos. Essa medida é corroborada por estudos que mostram que o calor intenso aumenta o índice de bulbo úmido, um indicador que mede o risco de hipertermia.
Os Estados Unidos, o México e o Canadá sediarão a maior Copa do Mundo da história... e talvez a mais quente.
Nas redes sociais, o debate aumentou depois que o jornalista Pablo Giralt compartilhou sua opinião na rede social X (antigo Twitter). Ele defendeu a medida, enfatizando que "É um passo lógico. O que priorizamos? A saúde dos jogadores. Depois, reclamamos se algo ruim acontece".
A possibilidade de introduzir mais pausas e prolongar o intervalo gerou uma discussão acalorada nas redes sociais, com muitos usuários se perguntando se essas mudanças poderiam acabar diluindo a essência do futebol. Uma das comparações mais repetidas foi com o basquete, um esporte acostumado a parar o relógio a cada intervalo e dividir o jogo em segmentos curtos.
Entre a tradição do futebol e a influência do basquete
Enquanto alguns acreditam que interromper a cada quinze minutos e adicionar um intervalo extra transformaria as partidas em espetáculos excessivamente fragmentados, outros argumentam que a saúde deve ser a prioridade, mesmo que isso signifique alterar certos rituais históricos do esporte. Para um segmento de torcedores, o risco de o futebol se tornar cada vez mais semelhante a esportes com pausas técnicas frequentes é real e até preocupante.
A Copa do Mundo de 2026 pode marcar uma virada na relação entre esporte, tradição e mudança climática.
No entanto, também cresce a ideia de que a adaptação a um clima mais hostil não significa perder nossa identidade. Pelo contrário: muitos argumentam que é hora de aceitar que o calor extremo veio para ficar e que os jogadores não podem mais ser expostos a temperaturas superiores a 35 graus sem um protocolo adequado.
Um precedente que pode transformar o futebol global
Embora as decisões finais dependam da aprovação do Conselho Internacional de Futebol (IFAB), tudo indica que a Copa do Mundo de 2026 estabelecerá um precedente para outras competições internacionais. A UEFA e a CONMEBOL já implementam pausas para hidratação em seus torneios quando as temperaturas ultrapassam 0°C, embora — se isso ocorrer — seja a primeira vez que uma Copa do Mundo masculina ajusta a programação de todas as partidas e estende oficialmente a pausa regular.
O presidente da FIFPRO, David Aganzo, enfatizou que essas medidas não visam alterar o espírito do esporte, mas sim proteger a saúde de seus participantes diante da aceleração das mudanças climáticas. Segundo o dirigente, "o calor extremo não é mais uma exceção. Ele fará parte do novo normal, e o futebol precisa se adaptar".
Os próximos meses serão cruciais. Se a IFAB aprovar essas mudanças, a Copa do Mundo de 2026 entrará para a história não apenas pelo número recorde de seleções (48 seleções), mas também por se tornar o torneio que priorizou a saúde em detrimento dos negócios e desafiou as visões mais conservadoras do esporte.
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Calor nos EUA faz FIFA repensar futebol para a Copa do Mundo de 2026