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TRAGÉDIA

Sobrevivente recorda namorado morto em queda de balão em SC e pede justiça; ‘Perdi minha vida’

21/06/2025 às 13:58

Em entrevista ao ND Mais, Tassi, que é secretária e moradora de Campos Novos, no Meio-Oeste do estado, contou detalhes do dia que classificou como o pior de sua vida.

Tassiane Francine Alvarenga foi uma das 13 sobreviventes da queda de balão em Praia Grande, mas perdeu o namorado, o médico Andrei Gabriel de Melo; os dois eram do Meio-Oeste do estado

Sobrevivente recorda namorado morto em queda de balão em SC e pede justiça; 'Perdi minha vida'

É assim que Tassiane Francine Alvarenga, de 30 anos, inicia uma homenagem emocionada ao namorado Andrei Gabriel de Melo, de 34 anos, o médico oftalmologista que morreu após a queda de balão em Praia Grande, no Sul de Santa Catarina.

A queda de balão aconteceu na manhã do último sábado (21) e resultou na morte de oito pessoas, outras 13 conseguiram se salvar. Entre as sobreviventes está Tassi, que, apesar de estar viva, diz que parte dela morreu com o namorado e no momento quer lutar por justiça e para que os responsáveis sejam responsabilizados.

“Naquele dia, parando para pensar hoje, tinha tudo para dar errado. Fomos em um primeiro ponto e não foi possível voar de lá, então fomos para outro ponto muito mais longe. Quando chegamos, todos os outros balões já estavam no céu. O nosso foi o último, o que hoje eu percebo que já estava atrasado”, disse.

Segundo Tassi, foi difícil tirar o balão do chão porque havia muito vento no momento. “Por esse motivo, acredito que houve negligência da empresa. Nós, leigos, só estávamos ali para realizar o passeio. Confiamos na experiência deles pare que nos orientassem de forma correta e prudente”, acrescentou.

Tassi e Andrei tinham o sonho de fazer o passeio de balão juntos, mas não imaginavam o desfecho que ele teria. Quando o balão subiu e o fogo iniciou, Tassi disse que não conseguiu ver, mas escutou quem estava perto falar e quando percebeu todos estavam apavorados, inclusive o piloto.

“Não sei ao certo o que queimou, não vi extintor. Somente lembro que o piloto queria tirar o que pegava fogo e jogar para fora. Todos ofereceram as blusas para abafar as chamas e pediram para ele pousar, mas ele não aceitou o pedido para descer antes e as jaquetas para abafar”, recordou.

Na opinião de Tassi, o pouso demorou. Ela diz não lembrar sobre o piloto ter falado para pular. “Lembro que avisou sobre o impacto e disse para nos segurarmos, fato que fez com que a maioria das pessoas se abaixassem”.

Conforme ela, quando o balão caiu, ao mesmo tempo que foi um impacto muito grande, o fogo também já estava muito alto. “Eu acredito que fui arremessada no impacto, mas precisei juntar forças para sair do caminho do balão, mesmo assim ele passou por cima de mim”, contou.

Tassi diz que não entende porque o namorado não conseguiu sair. “Gritei por ele muitas vezes e não o encontrei”.

Após a queda de balão, ela disse que só viu o piloto quando o micro-ônibus da empresa chegou para buscar os sobreviventes. “Recolheram os sobreviventes que restaram. O piloto estava ali, limpo, diferente de todas as outras vítimas. Eu fui até ele e pedi onde estava o Andrei, ele não teve reação e me deu as costas”, citou.

Para Tassi, o piloto sabia o que tinha feito e acredita que ele não soube gerenciar a crise e não foi até o fim para salvar os inocentes que ficaram no balão sem recurso. “Confiamos nele as nossas vidas e agora eu só quero justiça”.

“Perdi minha razão”, diz após perder namorado em queda de balão

“Tive escoriações e alguns machucados… meu corpo não quebrou, mas a minha alma e meu coração foram com você. Vou sobreviver como posso, porque sei que você pensou em me salvar. Eu vivi, mas eu morri também. Espero te encontrar em outra vida, porque o nosso amor não acabou”, desabafou em uma publicação em seu perfil no Instagram.

Tassi descreveu Andrei como um homem lindo, inteligente, bondoso, ético, pródigo, bom filho, bom irmão e tantas outras qualidades que, segundo ela, se perderia em falar.

“Tínhamos tantos planos… nossos filhos, nossos gatos, nossa casa, nosso apartamento, parafraseando a música. Não foi possível realizar. Fico feliz que você tenha conhecido a “nevinha” que você amava tanto e ela te amava também. Eu escrevo e choro, eu escrevo e penso, “meu Deus ontem estávamos tão bem” e hoje e só tristeza e dor”, lamentou.

Tassi e Andrei tinham o sonho de voar de balão juntos. – Foto: Arquivo Pessoal/ND

Tassi e Andrei tinham o sonho de voar de balão juntos. – Foto: Arquivo Pessoal/ND

“Não sei se eu quero viver nesse mundo sem você e o teu amor. O nosso cuidado era tanto que não “nos perdíamos de vista”. Mas hoje, quando eu me dei por conta, estava sozinha e quando eu perdi ele de vista, eu sabia que tinha perdido o amor da minha vida”.

O que diz a defesa da empresa e do piloto?

O advogado Clovis Raupp Scheffer, que representa a empresa Sobrevoar — responsável pelo voo — e o piloto Elves de Bem Crescêncio, afirmou ao ND Mais que a empresa deve entrar em contato com os envolvidos no acidente com o balão entre esta terça e quarta-feira.

Segundo ele, o contato ainda não havia sido realizado em respeito aos atos fúnebres das vítimas que morreram na tragédia.

Em depoimento à Polícia Civil, o piloto do balão que caiu em Praia Grande, Elves de Bem Crescêncio, informou que o fogo iniciou no cesto e, rapidamente, espalhou-se.

“Ali com algo em torno de dois, três minutos de voo, eu sinto um cheiro de queimado dentro do cesto, quando eu olho para baixo, a capa do tanque de gás tinha um início de incêndio. Peguei o extintor que tem no balão, tirei o lacre, a hora que apertei, não saiu nada de pó”, declarou o piloto.

O profissional relatou que, mesmo assim, tentou apagar o fogo. “Se alastrou muito rápido. Afrouxei o tanque, afrouxei a cinta de cima, tirei a mangueira, tentei arrancar…”, disse, com a voz embargada. “A hora que o balão veio para pouso, eu falei: ‘pessoal, a hora que pousar, todo mundo pula’”, acrescentou.

 

TUDO DOBRE A TRAGÉDIA

TRAGÉDIA: Acidente com balão em Praia Grande, SC, deixa 8 mortos

As oito pessoas que morreram em um trágico acidente de balão no município de Praia Grande, no Sul de Santa Catarina, foram identificadas. Elas estavam na aeronave que caiu depois de pegar fogo durante um passeio na manhã de sábado, dia 21. 

Os nomes foram confirmados pelo delegado-geral de Polícia Civil, Ulisses Gabriel. São quatro homens e quatro mulheres: Leandro Luzzi, de 33 anos, Leane Elizabeth Herrmann, de 70 anos, Leise Herrmann Parizotto, Everaldo da Rocha, de 53 anos, Janaina Moreira Soares da Rocha, de 46 anos, Fabio Luiz Izycki, Juliane Jacinta Sawicki, de 36 anos, e Andrei Gabriel de Melo, de 34 anos. 

Quatro das vítimas foram encontradas no cesto do balão, carbonizadas. E outras quatro se jogaram da aeronave ainda no alto e foram encontradas em um raio de aproximadamente um quilômetro de onde a aeronave caiu. 

Leando Luzzi

Professor de uma escola de patinação em Brusque (SC), ele era diretor técnico da Federação Catarinense de Patinação Artística. “Leandro foi um profissional dedicado, apaixonado pelo que fazia e um verdadeiro exemplo para atletas, colegas e toda a comunidade da patinação. Sua ausência deixará uma lacuna irreparável em nossos corações e em nossa modalidade”, diz nota da federação.

Leando Luzzi, professor de patinação artística - Foto: Redes Sociais

Leane Elizabeth Herrmann e Leise Herrmann Parizotto

Leise Hermann Parizzoto era médica da rede municipal de Saúde de Blumenau (SC) e estava acompanhada da mãe Leane Elizabeth Herrmann, que morava em Concórdia. As duas morreram no acidente com o balão. A informação foi confirmada pela Prefeitura de Blumenau. “Nos solidarizamos com familiares, amigos e colegas, desejando que encontrem conforto e força neste momento difícil”, publicou a prefeitura 

Leane e a sua filha Leise, médica de Blumenau - Fotos: Redes Sociais

Everaldo da Rocha e Janaína Moreira Soares

O casal era de Joinville e também estavam entre as vítimas que morreram na queda da aeronave. Eles faziam parte da Paróquia São João Batista, no Jardim Iririu, que lamentou o ocorrido: “Transmitimos o nosso pesar e nossa profunda solidariedade assim como nossas orações a todos os familiares”.

Everaldo e a esposa Janaína - Foto: Redes Sociais

Andrei Gabriel de Melo

Médico oftalmologista, ele morava em Fraiburgo (SC) e atuava municípios de Fraiburgo, Caçador, Videira e Treze Tílias, da região do Alto Vale do Rio do Peixe. Ele era filho de uma servidora da Prefeitura de Fraiburgo, que emitiu nota de pesar pela morte. “A Prefeitura Municipal de Fraiburgo manifesta seu profundo pesar e irrestrita solidariedade à família de Andrei Gabriel de Melo, especialmente à nossa servidora Andréa Melo, pelo trágico falecimento ocorrido no incidente em Praia Grande”, publicou a prefeitura. 

O médico oftalmologista Andrei Gabriel de Melo - Foto: Redes Sociais

Juliane Jacinta Sawicki e Fábio Luiz Izycki

O casal é natural do Rio Grande do Sul e também estava no balão no momento do acidente. Eles não conseguiram pular da aeronave e morreram. 

Juliane e Fábio 

Estado detalha possível causa de incêndio que provocou queda de balão em Praia Grande

Aeronave apresentou problema já no ar, após a decolagem

Foto: Fabrício Júnior/Portal Engeplus

O Governo do Estado de Santa Catarina informou na tarde deste sábado, dia 21, as possíveis causas do incêndio que provocou a queda de um balão, em Praia Grande. O fato, que aconteceu na manhã de hoje, por volta das 8 horas, resultou na morte de oito pessoas, além de deixar 13 feridos. Ao todo, 20 tripulantes e o piloto estavam na aeronave. 

As informações foram divulgadas após uma força-tarefa envolvendo as principais frentes de segurança pública de Santa Catarina. Segundo relatos iniciais, o balão apresentou um problema já no ar, após a decolagem. O piloto conseguiu realizar uma descida de emergência, chegando próximo ao solo. Neste momento, os 13 sobreviventes, incluindo o piloto, conseguiram saltar do cesto.

Entretanto, com o alívio abrupto do peso, a estrutura subiu de forma descontroladamente, levando as oito vítimas fatais que não conseguiram desembarcar a tempo. Agora, a Polícia Civil já trabalha com uma linha principal de investigação. A suspeita é que um incêndio tenha começado no próprio cesto do balão, possivelmente causado por um maçarico que não fazia parte da estrutura original da aeronave. Foi o relato de mais de um dos ouvidos aos delegados que investiga o caso.

Além disso, para auxiliar na elucidação do caso, a Polícia Científica empregou tecnologia de ponta. O perito-geral adjunto, Douglas Balen, informou que foi realizado um mapeamento 3D de toda a área do acidente com um novo equipamento, o que permitirá uma análise forense detalhada do local. 

Conforme o governador em exercício de Santa Catarina, Francisco de Oliveira Neto, por conta da ocorrência, foi decretado luto oficial de três dias. Ele também destacou a resposta imediata do Governo do Estado no dia de hoje.

“Primeiro momento, um momento de dor, de consternação, de solidariedade aos familiares das vítimas fatais. Desde o início, e sempre em diálogo com o governador Jorginho Mello (PL), que já de imediato acionou também toda a equipe do Estado de Santa Catarina para a pronta resposta e atendimento a essa tragédia. Todas as forças de segurança seguem mobilizadas, agora para a investigação do que de fato aconteceu", completou.

O secretário de Estado da Segurança Pública, coronel Flávio Graff, também destacou a sinergia entre as equipes. “Atuamos de forma integrada com o Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Civil, Polícia Militar (PM), Polícia Científica e Secretaria da Saúde, garantindo uma resposta rápida, eficiente e coordenada”, explicou sobre o trabalho dos órgãos do Estado.

Atendimentos no local

Poucos minutos após o chamado, duas aeronaves e seis viaturas de suporte terrestre do Corpo de Bombeiros Militar, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Polícia Militar já estavam no local prestando os primeiros socorros. A Polícia Militar foi a primeira a chegar à cena da tragédia, atuando desde as primeiras horas na segurança do perímetro e no auxílio às equipes de resgate. 

Cinco sobreviventes que necessitaram de atendimento médico foram encaminhados ao Hospital Nossa Senhora de Fátima, em Praia Grande. Embora leitos especializados para queimados tivessem sido preparados em unidades de referência em Joinville e Lages, a transferência não foi necessária. Apenas dois dos cinco que precisaram de atendimento tiveram queimaduras mais graves e permaneceram internados.

O secretário de Estado da Segurança Pública ressaltou ainda a colaboração com órgãos federais. "Estamos em contato direto com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), por meio do Serviços Regionais de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa), que apura as causas do acidente em conjunto com a nossa Polícia Civil e com as perícias da nossa Polícia Científica", disse Gaff.

As autoridades reforçaram que todo o apoio necessário será prestado às famílias das vítimas neste momento de profunda dor.

Queda de balão em Praia Grande ganha espaço no noticiário internacional

Mídia internacional dá destaque ao acidente que deixou 8 mortos

O trágico acidente com um balão em Praia Grande-SC foi rapidamente noticiado pela mídia internacional:

CNN International

A CNN diz que há pelo menos 8 mortos no acidente com balão no Sul do Brasil. 

A matéria destaca a fala do governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, que diz estar em choque com o acidente e fala da resposta dos bombeiros ao acidente. 

Uma testemunha afirma que viu duas pessoas caírem do balão depois que o cesto rompeu. 

ABC TV Los Angeles

A matéria da Rede ABC traz as declarações do governador de Santa Catarina e do presidente Lula. 

A causa do acidente foi um incêndio que iniciou no cesto e logo o balão foi perdendo altitude, segundo a declaração do piloto. 

A matéria da ABC destaca também a fala do chefe da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel: “Três pessoas morreram abraçadas. Machuca a alma.”

Sky News

A rede de notícias britânica traz uma imagem do balão minutos momento antes de cair.

Brazil balloon crash

A matéria afirma que 13 pessoas sobreviveram ao acidente, e que havia 21 pessoas no balão. O texto destaca que o governador enviou autoridades para a cidade para resgatar, levar para o hospital e confortar as famílias.

O New York Times também dá destaque ao acidente em “uma região popular para turistas”.  O site do jornal ainda traz foto de um bombeiro no local do acidente. 

A rede de TV CBS afirma que o balão pegou fogo e caiu, matando 8 pessoas. 

O britânico sensacionalista The Sun traz o vídeo ("imagens horríveis") do balão caindo. 

A notícia percorreu o globo, sempre reproduzida em vários sites de notícias,  chegando inclusive a ser destacada pela Aljazeera, que tem grande audiência entre a população árabe.

USA Today

O jornal norte-americano USA Today traz as mesmas informações e aborda que Praia Grande chega a ter 25 a 30 viagens diárias de balão na época mais movimentada de turistas.

CBMSC detalha como corpos foram encontrados e logística realizada durante operação

Ao todo, oito pessoas morreram e cinco ficaram feridas durante a queda de um balão

Por Rafaela Custódio - rafaela.sousa@engeplus.com.br

Foto: CBMSC

O Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) detalhou na noite deste sábado, dia 21, sobre a queda de um balão que deixou oito pessoas mortas e cinco feridas na manhã de hoje, por volta das 8 horas, em Praia Grande, no Extremo Sul de Santa Catarina. A guarnição foi acionada às 8h18, sendo que a primeira equipe que chegou no local foi de Sombrio.

A guarnição identificou a estrutura de um cesto de balão, em chamas, na lateral da via, em um barranco, próximo à Igreja Nossa Senhora de Fátima, na localidade de Cachoeira. Foram utilizados 500 litros de água para apagar as chamas.

Dentro do cesto foram identificadas três vítimas e, fora dele, porém ao lado, mais uma vítima, todas mortas e com queimaduras pelos corpos. Com o apoio das demais equipes que chegaram ao local e relatos de moradores, foram encontrados mais quatro corpos: um na lateral oposta da via onde estava o cesto, a aproximadamente de 25 metros; um a 70 metros do cesto, em uma área de campo; outro a 200 metros do cesto, no terreno de um morador local e o último a mil metros à sudoeste do cesto, em uma estrada próxima à SC-108.

Todos os corpos foram recolhidos pela Polícia Científica e identificadas como Leandro Luzzi, Leane Elizabeth Herrmann, Leise Herrmann Parizotto, Everaldo da Rocha, Janaina Moreira Soares da Rocha, Fabio Luiz Izycki, Juliane Jacinta Sawicki e Andrei Gabriel de Melo.

Após confirmado que no balão estariam 21 pessoas (inclusive o piloto) e que 13 pessoas já haviam sido removidas do local e estavam bem, confirmou-se que não havia mais vítimas a serem encontradas por equipes de busca. Assim, as equipes do CBMSC foram desmobilizadas, retornando aos respectivos quartéis. Ao todo, foram empenhadas 11 viaturas e uma aeronave (Arcanjo-01) do CBMSC e 27 bombeiros da corporação.

Queda de balão: empresa se manifesta e diz que obedece todas as normas da Anac

Sobrevoar lamentou as mortes e frisou que não tem registros de anteriores de acidentes

Foto: CBMSC/Divulgação

A empresa Sobrevoar Serviços Turísticos, proprietária do balão que caiu após pegar fogo na manhã deste sábado, dia 21, se manifestou sobre o acidente em Praia Grande, Sul de Santa Catarina. Em nota, a empresa lamentou o ocorrido e destacou que cumpre “todas as normas estabelecidas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)” para a realização dos voos. 

o texto, a Sobrevoar afirma que a empresa não possui registros anteriores de acidente. “Infelizmente, mesmo com todas as precauções necessárias e com o esforço de nosso piloto, cujo mesmo possui ampla experiência e adotou todos os procedimentos indicados, tentando salvar todos os que estavam à bordo do balão, sofremos com a dor causada por essa tragédia. Ainda, estendemos nossa gratidão a todas as equipes de resgate e profissionais da saúde que estão trabalhando incansavelmente para prestar assistência às vítimas”, publicou a empresa. 

Todos as operações da Sobrevoar foram suspensas por tempo indeterminado. “Pedimos a população que, em respeito às vítimas e aos seus familiares, não divulguem notícias falsas e outras postagens que possam aumentar o sofrimento que já está sendo enfrentado pelas famílias”, diz o texto. 

NOTA DE PESAR

É com profunda dor e tristeza que nós da SOBREVOAR SERVIÇOS TURÍSTICOS manifestamos nossa solidariedade e respeito às vítimas envolvidas no acidente desta manhã de sábado, dia 21/06/2025.

Nesse momento, expressamos nossos sentimentos aos familiares das vítimas, oferecendo nosso total apoio e nossas preces, colocando-nos a disposição para auxiliar em tudo o que for necessário.

Gostaríamos também de esclarecer que trabalhamos com seriedade e cumprimos todas as normas estabelecidas pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), destacando que não tínhamos registros de acidentes anteriores.

Infelizmente, mesmo com todas as precauções necessárias e com o esforço de nosso Piloto, cujo mesmo possui ampla experiência e adotou todos os procedimentos indicados, tentando salvar todos os que estavam à bordo do balão, sofremos com a dor causada por essa tragédia.

Ainda, estendemos nossa gratidão a todas as equipes de resgate e profissionais da saúde que estão trabalhando incansavelmente para prestar assistência às vítimas.

Informamos que todas as operações da empresa foram imediatamente suspensas por tempo indeterminado, em respeito as vítimas, seus familiares e à comunidade.

Por fim, pedimos a população que, em respeito às vítimas e aos seus familiares, não divulguem notícias falsas e outras postagens que possam aumentar o sofrimento que já está sendo enfrentado pelas famílias.

Praia Grande/SC, 21 de junho de 2025.

Anac apura caso

A Anac, também por meio de nota, disse que está acompanhando os desdobramentos das investigações. E que “está adotando as providências necessárias para averiguação da situação da aeronave e da tripulação”. 

Anac lamenta acidente ocorrido com balão em Santa Catarina

A Anac lamenta profundamente o acidente com o balão tripulado de ar quente ocorrido neste sábado, 21 de junho, em Praia Grande, Santa Catarina, e presta solidariedade aos familiares e amigos das vítimas.

A Agência está adotando as providências necessárias para averiguação da situação da aeronave e da tripulação.

A Anac acompanha os desdobramentos das investigações.

Moradora relata tristeza de grave acidente envolvendo queda de balão: ‘Estamos bastante abalados’

Vânia Lima Scain mora há 20 anos no município e presenciou a ocorrência deste sábado

Foto: Fabrício Júnior/Portal Engeplus

A proprietária de uma pousada e moradora há 20 anos de Praia Grande, Vânia Lima Scain, foi uma das pessoas que presenciaram o incêndio que provocou a queda de um balão na manhã deste sábado, dia 21. Em entrevista ao Portal Engeplus, a empresária informou que não tem nem palavras para descrever o momento do acidente, principalmente pela tristeza que foi ver a situação das vítimas.

“Como de costume, estávamos recebendo os nossos turistas e acompanhando a decolagem dos balões. Porém, de repente vimos que o balão estava pegando fogo e as pessoas estavam ou pulando ou caindo. Antes de sair de casa, entrei em contato com as autoridades da cidade, avisando sobre o ocorrido. Neste momento, sabíamos que a tragédia já tinha acontecido e quase não temos palavras para descrever”, afirmou. 

Assim que saiu de casa, Vânia afirmou que foi para a casa do seu irmão, que fica localizada perto de onde aconteceu a queda do balão. No local, foi prestado auxílio para uma das vítimas do acidente, que era natural de Joinville e estava ferida na localidade. “Estamos bastante abalados, até demais. Quem viu, ficou muito triste, além de ver os corpos também”, disse, em entrevista ao Portal Engeplus.

Vânia presenciou o momento que o avião caiu em Praia Grande neste sábado. (Foto: Fabrício Júnior/Portal Engeplus)

‘Não é algo normal’

Ainda, para a reportagem do Portal Engeplus, a moradora informou que acontecimentos como o da manhã de hoje não são algo normal em Praia Grande, já que voos ocorrem com profissionais capacitados diariamente no município, principalmente aos fins de semana. “É sempre muito cuidadoso para que tenha bastante segurança. Mas, enfim, como qualquer outro modo de voo ou locomoção, sempre acontecem desastres, como o de hoje”, ressaltou.

Durante a ocorrência, registrada por volta das 8h20 deste sábado, 21 pessoas estavam no voo. Ao todo, oito pessoas morreram e 13 sobreviveram, sendo socorridas pelo Corpo de Bombeiros e pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). 

No local, 20 bombeiros e sete viaturas estão mobilizadas atendendo as vítimas. Além disso, a Polícia Militar (PM), Polícia Civil e Polícia Científica também foram acionadas e estão prestando auxílio na ocorrência apurando as causas do grave acidente em Praia Grande.

Ex-prefeito de Florianópolis tentou realizar passeio em balão que caiu em Praia Grande

Gean Loureiro e esposa entraram em contato com empresa, mas voo já estava lotado

Foto: Fabrício Júnior/Portal Engeplus

O ex-prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, quase foi uma das vítimas do trágico acidente com um balão na manhã deste sábado, dia 21, em Praia Grande, no Sul de Santa Catarina. Ele só não embarcou na aeronave porque o voo estava lotado.

Ao todo, 21 pessoas estavam no balão. Oito pessoas morreram, quatro delas queimadas e outras quatro ao saltar do cesto. As demais 13 vítimas, entre elas o piloto, conseguiram sair da aeronave antes dela ganhar altitude. 

Loureiro está em Praia Grande em passeio com a esposa e iria realizar um voo de balão. "Eu estava na fila aguardando uma vaga. Quanto tentei, o balão já não tinha mais vaga. Estava lotado. Tentamos com várias empresas. Na quinta e sexta-feira não teve passeio de balão, todos transferiram para este sábado de manhã, porque tinha uma boa condição de tempo”, disse. 

Conforme o ex-prefeito e Florianópolis outros voos chegaram a ser realizados no município neste sábado. Ele mesmo reagendou seu passei para a tarde deste sábado. "Hoje tinha mais de 30 balões no ar. Infelizmente teve esta fatalidade e a gente tem certeza que vai ser dada toda uma cautela ainda maior na segurança para evitar que aconteça novamente. É um setor muito informação para a “economia do Sul de Santa Catarina”, lamentou. 

Loureiro ficou sabendo do acidente ao receber ligações de pessoas preocupadas de que ele e a esposa pudessem estar na aeronave envolvida no acidente. “Na pousada que eu estava também começou a chegar a informação, inclusive que um casal tinha se jogado, por orientação do balonista. Nós tínhamos um agendamento para hoje, mas falamos com a agência e provavalmente não vai mais ter. Estamos aguardando informações”, concluiu.

Confederação Brasileira de Balonismo se manifesta após queda com balão e esclarece atuação

No comunicado, a entidade expressa profundo pesar e coloca-se à disposição das autoridades

Após o trágico acidente envolvendo um balão na manhã deste sábado, dia 21, em Praia Grande, no Sul de Santa Catarina, a Confederação Brasileira de Balonismo (CBB) divulgou uma nota oficial de solidariedade às vítimas, familiares e envolvidos no ocorrido. Oito pessoas morreram e cinco ficaram feridas. 

No comunicado, a entidade expressa profundo pesar e coloca-se à disposição das autoridades para colaborar, dentro dos limites de sua atuação, com informações técnicas que possam contribuir com as investigações.

A CBB esclarece que sua competência se restringe ao desenvolvimento e regulamentação do balonismo enquanto prática esportiva, competitiva e federada. Segundo a nota, não cabe à confederação a fiscalização de atividades turísticas ou comerciais que envolvem balões de ar quente de passeio, responsabilidade que, conforme explica, é de órgãos reguladores e entidades especializadas no setor aeronáutico e turístico.

"Reiteramos nosso compromisso com a segurança, a ética e a promoção responsável do balonismo esportivo no Brasil", destaca a entidade, que também reforça sua disposição para apoiar iniciativas que contribuam com a prática segura do esporte.

No encerramento da nota, a Confederação Brasileira de Balonismo manifesta solidariedade às famílias enlutadas e afirma que seguirá acompanhando os desdobramentos do caso, oferecendo apoio dentro dos limites legais de sua atuação. Confira a nota completa abaixo:

Sobreviventes relatam momentos de terror em balão que caiu em SC: “Não sai da cabeça”

Incêndio começou poucos minutos após a decolagem em Praia Grande

Médica veterinária Laís Campos Paes, moradora de Curitibanos, estava no balão com o companheiro, o engenheiro Victor Hugo Mondini Correa (Foto: NSC TV)

Sobreviventes relataram os momentos de apreensão entre a decolagem, o incêndio e o pouso forçado do balão que caiu em Praia Grande, no Sul de Santa Catarina, deixando oito mortos. Em entrevista à NSC TV exibida pelo Fantástico neste domingo (22), eles contaram que as dificuldades começaram já na decolagem, como registram imagens do momento divulgadas nas redes sociais.

O grupo chegou a tentar decolar antes, em outro lugar, mas trocou o local devido ao vento forte.

— No início, o balão estava bem instável — disse o gerente de desenvolvimento de software Marcel Cunha Batista, morador de Florianópolis, que estava no balão com a esposa, a professora Thayse Elaine Broedbeck Batista.

— A gente nunca tinha voado, a gente nunca tinha nem visto nenhum voo. Então a gente não sabia se aquilo era normal ou não — relata a médica veterinária Laís Campos Paes, moradora de Curitibanos, que estava no balão com o companheiro, Victor Hugo Mondini Correa.

O incêndio começou cerca de dois minutos após a decolagem, na cabine do piloto, que ficava ao centro do cesto.

— A gente percebeu o início de chama no piso. Não sei de onde veio aquele fogo. E depois acabou indo pro cilindro. Acho que são quatro cilindros no entorno de onde fica o piloto, e aí (o fogo) foi para os outros cilindros — relata Marcel, que buscou se manter atento à situação.

Segundo os sobreviventes, inicialmente, o piloto Elves Crescêncio mandou os passageiros se abaixarem e pediu que eles mantivessem a calma. Primeiro, ele tentou pegar o cilindro em chamas e jogar para fora do cesto, mas não conseguiu devido à temperatura do objeto, de acordo com os relatos.

O piloto então avisou que o cesto ia descer e, quando batesse no chão, os passageiros deviam pular para fora. Elves subiu na beira do cesto e fez uma manobra para baixar o balão, puxando algumas cordas. Nesse momento, a cabine central já estava em chamas, de acordo com os sobreviventes.

— A gente só ia para trás, sentindo aquele calor forte e rezando para que aquele cilindro não estourasse — conta Victor Hugo Mondini Correa.

“Achei que todo mundo tinha conseguido”

Segundo Marcel e Thayse, foram cerca de 20 segundos entre o início do incêndio e o pouso forçado. O balão desceu em diagonal e bateu no chão com força, virando no solo. Algumas pessoas foram lançadas para fora e outras conseguiram pular, incluindo o piloto. Eles caíram em um arrozal cheio de lama.

— A lama amorteceu a nossa queda. A gente conseguiu evitar mais lesões por causa dessa lama — afirma Victor.

O balão se arrastou por mais alguns metros na lama, de acordo com os relatos. Porém, com a redução de peso, o equipamento voltou a subir em chamas, levando oito pessoas que não conseguiram escapar. Segundo os bombeiros, quatro morreram carbonizadas dentro do cesto, e outras quatro morreram na queda.

— Quando eu saí da lama e abri o olho, achei que todo mundo tinha conseguido, que todo mundo tinha caído. Eu não entendi que não tinha caído todo mundo. E aí, quando eu virei, vi que o balão ainda estava no ar e aí a gente começou a ver as pessoas caírem — conta Laís, emocionada.

 “Não vai sair da cabeça”

Os passageiros relataram que, após saírem da lama, se reuniram no microônibus da empresa que os havia levado até o local da decolagem e foram levados até a sede. Alguns receberam atendimento médico e psicológico.

Para os sobreviventes, no entanto, as cicatrizes são mais que físicas:

— Parece que a gente tá o tempo todo lutando contra os pensamentos. As pessoas e as famílias que a gente viu pela metade na volta, sabe? Essa memória é a mais difícil e é muito viva: dessas pessoas procurando os familiares — conta Laís, às lágrimas.

— A gente sabe que vai lembrar disso a vida inteira. Isso não vai sair da cabeça, não existe essa função de deletar, né? E é isso. A gente vai aos poucos organizando a cabeça para poder seguir em frente, agradecendo por estarmos vivos, mas muito tristes pelas pessoas que não conseguiram — completa Victor.

Entenda o acidente

O piloto Elves Crescêncio, que sobreviveu, informou à Polícia Civil que o fogo teria começado na tampa de um cilindro usado no balão de ar quente. Ele disse que tentou controlar o incêndio, mas o extintor não funcionou. Como o balão ainda estava próximo ao solo, teria orientado que as pessoas pulassem ali mesmo.

Dos passageiros, 13 conseguiram saltar. No entanto, com a diminuição do peso no cesto e o ar quente causado pelas chamas, o balão começou a subir novamente, conforme relato do piloto. Vídeos feitos por pessoas que passaram pelo local registraram o momento em que cesto está em chamas, no ar, e poucos segundos depois se solta e despenca no chão.

A investigação foi iniciada logo depois do acidente. Além do piloto, a Polícia Civil já ouviu cinco sobreviventes. Imagens ainda estão sendo colhidas e documentos indicaram que a empresa tinha autorização para a prática.

A Polícia Civil deve responder se houve negligência, imprudência, imperícia ou dolo para assumir o resultado. A depender das análises, piloto e proprietário da empresa responsável pelo voo podem ser indiciados por homicídio doloso ou culposo, informaram os investigadores no sábado, em entrevista coletiva.

Em nota, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) da Força Aérea Brasileira (Fab), informou que investigadores se deslocaram da base aérea de Canoas (RS) até o local do acidente para levantar informações iniciais sobre a queda do balão.

“A conclusão dessa investigação ocorrerá no menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade da ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os possíveis fatores contribuintes. Quando concluído, o Relatório Final será publicado no site do Cenipa, acessível a toda a sociedade”, disse o Cenipa.

A empresa responsável pelo passeio, Sobrevoar, informou que todas as operações foram encerradas por tempo indeterminado, em nota divulgada no sábado. A companhia também disse que cumpria todas as regras da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e que está prestando apoio aos familiares das vítimas.

Algumas vítimas foram veladas neste domingo (22). Seis delas eram moradoras de diferentes regiões de Santa Catarina, e um casal era do Rio Grande do Sul.

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