02/07/2025 às 18:46
08/07/2025
Fui entregar umas cargas de lenha. Sou professor aposentado, lecionei Inglês, Português, Italiano e suas literaturas. Agora sou escritor, componho poemas e redijo crônicas, e corto lenhas. No domingo, entreguei um metro de lenha de eucalipto consistente, picada. Na segunda, duas de roletes. Tenho uma freguesia firme, muitas encomendas. Mas o assunto aqui não é propagandear minha produção de lenhas, a árdua tarefa de retirar da pequena floresta, serrar, carregar, descarregar, rachar com machado, recarregar e fazer a entrega, (para uma operação completa, vão de 10 a 12 horas), mas sim as conversas que tenho com meus fregueses. Agora ninguém mais fala em freguês, mas em cliente. Mas é tudo a mesma coisa.
O que me surpreende, na toada, são as histórias que me contam. Me encanta fazer entrega para pessoas idosas, que alimentam seus fogões no inverno, ou para algumas lareiras. Noninhos e noninhas gostam de fogão acionado com lenha, combustível natural. A casa fica aquecida e isso custa menos do que distribuir aparelhos de ar-condicionado pela casa.
Na entrega de domingo, aqui na cidade alta, recebi um cheque pré-datado. Na segunda, um cheque bom para o mesmo dia, no Bairro Menino Deus, para um senhor de mais de oitenta anos. O que me vale e conta muito, nessas entregas, é a conversa que estabeleço com as pessoas. A gente vai descarregando a lenha, conversando, falando (bem) sobre amigos em comum, e continua por mais uma meia hora. Papo saudável e saudosista, mas uma verdadeira terapia. Sim, ainda tem gente que usa talonário de cheques. Não querem ter dinheiro em casa e não confiam em pix, de jeito nenhum.
Em todas as minhas conversas, nas compras em mercados e outras atividades, converso com pessoas de todos os quilates culturais, econômicos e sociais. Alguns me lergungtam: “O que é esse tal de Ioefe, de que falam tanto? ” Essa IA, que dizem que falsifica pessoas e até ressuscita falecidos?” “E o tal de briques, é o quê? Não é uma daquelas bodegas em que compram e vendem coisas usadas?”
Existe um mundo real, tradicional, que dizem que é habitado por seres analógicos. São pessoas que fazem fogo em fogão a lenha, varrem as peças da casa com vassouras, fazem comida deliciosa em panelas de ferro, barro, ou de alumínio. E um mundo também real, que é aquele que envolve pessoas que dizem serem adeptos do virtual ou digital. Têm robôs que são programados para andar pela casa e fazer limpeza. Pessoas idosas têm dificuldade para lidar com isso. Ganham de presente dos filhos ou netos, mas precisam de muito esforço para aprenderem a usar.
Vivo nos dois mundos, me equilibro nos dois, sobre o primeiro aprendi na vivência diária. Sobre o outro, na insistência em manusear computador, notebook e telefone celular. Estes me conectam, me permitem mandar meus poemas e crônicas para pessoas que me seguem em todos os continentes do mundo.
Esse brique, que nada compra e nada vende, aconteceu no Rio de Janeiro nos dias 6 e 7 de julho. Não vou dizer que foi um fracasso, mas quase. Os principais atores, presidentes da Rússia e China, não vieram. E o discurso do Presidente do Brasil, analógico, com a mesma retórica de sempre. É muita reunião no mundo, para pouco resultado prático. O meu real é rachar lenha e sofrer dores nos meus braços à noite...
Agora é tempo de aumento no preço da carne, principalmente a bovina. Muita chuva, depois frio, e oito dias contabilizados com geada. Pastagens inundadas e raquíticas. Trato comprado, custo elevado. Carne de boi, laticínios e óleos vegetais com preços subindo. Agora, dias de sol, tempo de esperanças. Mas anime-se, o preço do açúcar e do café caiu um pouco.
Sem barulho, com investimentos pontuais
– É assim que vejo a administração de Vilson Sartori e Jorge Dresch. Na terça, recebemos o Jorge na sede de nossa AMBJCA, entidade de que sou presidente. Temos uma diretoria composta por gente experiente e dedicada. Tomamos conhecimento, na ocasião, de que a Prefeitura vem adquirindo terrenos em pontos estratégicos de Joaçaba. Aqui perto da APAE, vamos ter altos investimentos. Agradecemos!
Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com
A falta de equilíbrio na política, o blá-blá-blá e a irresponsabilidade (02/07/2025)
Os noticiários infestam os brasileiros com toda a sorte de informações. Joornalistas ”torcedores”, passadores de pano, puxa-sacos, oportunistas e nós, o povo querendo verdades, ao menos relativas se não podem ser absolutas.
Vejam o caso de Juliana Marins, a jovem modelo e influenciadora digital de Niterói, que caiu fora da trilha em um vulcão inerte na Indonésia: Falta de empatia das autoridades daquele país e pouca agilidade do Governo Brasileiro. Resultado: a moça sucumbiu, sofreu, morreu. Depois, na sequência, uma epopeia para trazer o corpo de volta, autópsia duvidosa por lá e se espera a verdade por aqui. Para trazer o corpo, a burocracia de um decreto de 2017 e a revogação pelo atual governo agora. Mas, para trazer aquela condenada aqui de um país vizinho da América do Sul, não faltou jato da FAB para trazê-la, salvando-a da prisão.
O primeiro a se manifestar, propondo-se a pagar o traslado do corpo para o Brasil foi Alexandre Pato, ex-jogador de futebol, 35 anos, casado com uma das filhas de Sílvio Santos. Depois do decreto governamental, o Itamarati se propôs a pagar. Mas quem acabou pagando foi o município de Niterói. Agora, aguardemos o desenlace, o final do drama.
IOF - Vendo toda a polêmica entre Governo e Congresso Nacional sobre a questão do IOF, lembrei-me de um texto que escrevi há 13 anos e apresento a vocês. Reflitam, façam comparações, tenham sua própria opinião sobre o que vai no Brasil e no mundo atualmente:
“Quando, em minha juventude, entrei para o curso de Letras da FAFI em União da Vitória, depois de ter vivido toda minha vida em Ouro e Capinzal (só fui conhecer Joaçaba aos 16 anos), fiquei deslumbrado por estar numa cidade maior que a minha, ter feito muitos novos amigos e colegas. Minha calça Lee, meu sapato Samello e meus cabelos longos me levavam para lugares que até então eu não estava acostumado a frequentar. Era um mundo novo e poucas pessoas eu conhecia naquele lugar. Meus primeiros meses se resumiam a ir para a aula à noite, estudar um pouco durante o dia, assistir aos treinos do Iguaçu e, aos finais de semana, junto com o colega Chico Samonek, irmos explorar alguns lugares e tirar umas fotografias, tipo ao lado de aviões no Aeroporto José Cleto, no monte do Cristo, ou andar pelas redondezas do Iguaçu. Também algumas incursões em bailinhos nas cidades e comunidades dos arredores faziam parte de nossa agenda de final de semana. E, no domingo à tarde, dançar no "25".
Como minha família não tinha telefone, minha comunicação com casa se dava por cartas, que eu escrevia semanalmente e obtinha resposta em no máximo 10 dias. Minha mãe aderira ao costume de escrever, tornou-se até hábito. Eu escrevia relatando minhas "façanhas", com o entusiasmo de quem via em tudo novidade. Meu pai ficou preocupado com o que eu escrevia e pensou que seu filho regrado poderia estar se enveredando por caminhos tortuosos e, na dúvida, escreveu-me uma cartinha, que carinhosamente veio no mesmo envelope que a de minha mãe. Poucas palavras, praticamente um bilhete, em que se sobressaía uma frase: "In medio virtus".
Como vinha estudando Latim e até já havia comprado um dicionário, busquei entender aquilo. (Naquele tempo não existia google, e Barsa só algumas escolas tinham). Confesso que o Latim não era meu forte nem minha matéria preferida, apenas me esforçava para obter a média exata para ser aprovado sem Exame Final. E não entendi direito o que ele queria dizer, embora a tradução eu tivesse conseguido: "A virtude está no meio". Fiquei a matutar, matuto que eu era, com dificuldade para pronunciar os "erres" adequadamente e outras inconveniências fonéticas. Mas não cheguei ao objetivo do "meu velho".
Com o tempo, numa de suas raras visitas, perguntei-lhe o que quisera dizer com aquilo e ele me respondeu: "Primeiro, queria fazer você buscar respostas por si mesmo e, segundo, quis dizer-lhe que não é pra você ser muito "prafrentex", mas nem ficar atrás dos outros. Não queira ser um adiantado mas também não seja um atrasado, busque o meio termo".
Somente os anos vieram a me elucidar bem isso que no princípio me pareceu uma muito enigmática afirmação do filósofo e pensador grego Sócrates, quatro séculos antes de Cristo. A virtude e a verdade estão no equilíbrio, no meio termo, no desprezo do radicalismo. E entendi que muitos conflitos poderiam ter sido evitados entre os povos se isso tivesse sido levado em consideração. Realmente, nosso triunfo está em parar para ouvir e decidir com sabedoria, ter cuidado no que se diz e se faz, pois nossas verdades não são, necessariamente, as verdades dos outros. Poderia até metaforizar, dizendo que um time de futebol que só tem jogadores habilidosos, mas que pouco correm, não obtém bons resultados. É preciso que haja nele também aqueles menos técnicos, mas que desenvolvem melhor sua condição física, que correm e se disciplinam taticamente, ajudando os outros, em equipe, a lograrem resultados favoráveis. Ah, também a mescla de jogadores mais experientes com outros mais jovens ajuda muito. E você obtém um futebol de bom padrão, com o time bem postado e organizado.
Então, a afirmação socrateana é bem atual, revestida de muita universalidade. E pode ser aplicada numa sala de aula, onde os indivíduos, professores e alunos, são diferentes, pensam diferente e, se bem articulados, podem obter sucesso na aprendizagem e na formação pessoal.
Em 18 de junho de 1977 perdi meu pai. Tinha 55 anos. Era um professor bem informado, atualizado, inteligente. E, minha forma de eternizar minha homenagem a ele foi mandar produzir uma placa de bronze com sua foto em porcelana, assentada em granito, onde está gravado seu epitáfio: "In medio virtus".
Euclides Riquetti / Colunista /Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com
DESABAFO
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